Na educação, tal como noutra parte da sociedade, as feministas têm procurado
e encontrado “vítimas”. Para parafrasear o que Voltaire disse sobre Deus e os
homens: se as vítimas femininas não existirem onde as feministas as procuram,
elas inventam-nas!
Um mito que elas continuam a fazer circular é o de que os rapazes monopolizam
a atenção dos professores nas salas de aulas. Em vários países, este mito é
sustentado às expensas dos ministérios ou seja dos contribuintes. Independentemente
de quem paga a conta, o resultado é o mesmo: Uma grande distorção dos factos.
Principalmente, elas sustentam que as raparigas sofrem como consequência
da sua (ligeiramente) mais baixa taxa de participação, e até quando os dados
indicam claramente que os rapazes são piores que as raparigas, elas continuam
a achar que as raparigas são as maiores vítimas:
O Departamento de Estudos Educacionais mostrou também que os rapazes têm
um maior índice de repetência e de desistência que as raparigas. Contudo as
raparigas que repetem um ano são mais propensas a desistir que os rapazes (American
Association of University Women www.aauw.org/1000/eseamyth.html, 1999).
Eu tive uma grande experiência deste tipo
de estupidez feminista no campo académico, mas isto é um exemplo clássico: Elas
fazem um grande espalhafato sobre o suposto domínio dos rapazes, e ignoram o
que realmente as prejudica! É óbvio que um introvertido (rapaz ou rapariga)
que calmamente se dedica ao seu trabalho pode ter mais tempo para fazer um bom
trabalho de aprendizagem do que alguém que está sempre a tomar o tempo do professor
por tudo e por nada. Seria útil para elas investigarem este aspecto da questão.
Ironicamente,
quando Eileen Byrne, que regeu a disciplina de Educação em Estudos Policiais
na Universidade de Queensland, Austrália, visitou a Nova Zelândia em 1994, desmascarou
vários mitos sobre as raparigas na educação, incluindo o seguinte:
Não
é verdade que em classes mistas os rapazes dominem a classe. Os 120 estudos
exaustivos mais citados nesta área mostram que, num terço dos casos nenhum dos
sexos é dominador e noutro terço, a diferença é tão pequena que não serve de
base para uma acção política. No terço restante, aí sim é verdade, que os rapazes
dominam, mas é apenas um, dois ou três rapazes. Não a maioria dos rapazes. Isto
é uma questão de controlo da sala aula pelo professor. Em primeiro lugar, é
mau que quaisquer três alunos tenham o monopólio da atenção do professor, quer
sejam rapazes ou raparigas. Em qualquer destes casos há sempre uma rapariga
ou duas que tentam dominar. Também existem raparigas “espevitadinhas” (PPTA
News, Vol. 15 No.3, Abril 1994).
Um
dos problemas que afecta os rapazes é a crescente feminização do ensino. De
acordo com um artigo na página E2 do Sunday Star-Times de 10 de Março
de 1996, o psicólogo australiano Steve Biddulph observou que uma diminuição
dos professores masculinos provocou nos rapazes a ideia de que “estudar não
era uma actividade masculina”(1). Temos que ouvir o lado dos homens e
dos rapazes. Se mais rapazes do que raparigas tentam cativar a atenção dos professores
na minoria das aulas, será que é porque a maioria dos professores são mulheres
e eles sentem atracção sexual por elas? Ou será que professoras feministas tendem
a dar mais atenção às raparigas que aos rapazes que por isso se sentem desprezados,
ou mesmo injustiçados? Isto não é bom para a sua moral, auto-estima ou (com
toda a probabilidade) desempenho académico.
Vou-lhe
dar um pequeno exemplo de tendenciosidade nas escolas: Numa escola mista vi
no catálogo da biblioteca uma lista de mais de 300 livros sobre “mulheres” e
“raparigas” mas menos de 30 sobre “homens” e “rapazes”! Há uma grande evidência
de escolas que discriminam os rapazes.
Num
dos seus estudos, Sarah Farquhar da Universidade de Massey, Nova Zelândia, descobriu
que a discriminação dos homens vem desde o infantário (Education Weekly,
Vol. 8 No. 284, Monday, February 3, 1997). Além disso, 55% dos professores masculinos
referem ser tratados como abusadores ou potenciais abusadores de crianças devido
a toda a publicidade que rodeou alguns casos de alegado abuso de crianças. Isto
expulsa os homens das suas profissões, e agora algumas escolas discriminam os
homens para lugares de professores.
Devido à actividade anti-masculina da feministas,
os tribunais estão a condenar homens inocentes e, em algumas profissões há homens
com dificuldade em conseguir emprego(2). Mas um número excessivo de professoras
pode implicar um efeito sinistro na educação dos rapazes:
Verificou-se uma tendência sistemática para os professores avaliarem o
desempenho das raparigas de modo mais favorável do que o desempenho dos rapazes
... nas áreas da leitura e da expressão escrita os professores mostram uma tendência
sistemática para avaliar o desempenho das raparigas de modo mais favorável do
que os rapazes mesmo depois de serem feitos ajustes às diferenças sexuais(3).
Os autores deste estudo acreditam que a razão para esta tendência é que
os professores inconscientemente incluem uma avaliação de comportamentos e personalidades
na sua avaliação do trabalho dos estudantes. Eles dizem também que:
É também possível que a tendência para os professores avaliarem as raparigas
de modo mas favorável é, em parte, uma consequência não intencional da má aplicação
dos princípios da igualdade de sexos.
Qualquer que seja a correcta, ou mesmo que as duas estejam correctas,
parece que a tendenciosidade é mais pronunciada em professoras do que em professores
masculinos. Esta é outra razão porque deveria haver mais professores masculinos,
de preferência 50% do número total de professores.
Tendência anti-rapaz
Thomas (Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London, Weidenfeld
and Nicholson, 1993), chama a atenção de que, nos jardins de infância e escolas
de 1º ciclo, as raparigas têm melhor desempenho que os rapazes o que pode ser
uma consequência da preponderância de professoras nestes níveis. Ele cita estudos
que mostram que os professores elogiam mais as raparigas que os rapazes, e criticam
mais os rapazes que as raparigas. Uma investigação feita pela Universidade da
Califórnia, em os Angeles, prova esta citação(4). Quando as crianças
do jardim de infância aprendem a ler com um computador didáctico, os rapazes
aprendem melhor que as raparigas. Mas quando as crianças são ensinadas a ler
por uma professora, as raparigas aprendem melhor que os rapazes.
É cada vez mais comum os meios de comunicação referirem que as raparigas
têm melhor desempenho académico que os rapazes. No início de Julho de 1999 na
Nova Zelândia, houve uma conferência na cidade de Waitakere sobre os rapazes
na escola, a partir da qual uma revista oficial sobre educação publicou um relatório.
Então, em 29 de Julho de 1999, Susan Wood, do programa Holmes TV, entrevistou
o ministro da educação, Nick Smith, simultaneamente director do colégio Scots
em Wellington, que disse que é preciso levar mais homens para o ensino básico,
e é preciso assegurarmo-lhes que alegações infundamentadas de abuso ou assédio
sexual não lhes destróiem as carreiras. Um grupo de rapazes, após o programa
ter falado em sucesso das raparigas no sistema educacional, repetiram em coro
“E nós?”
Na Inglaterra, as descobertas do professor Richard Kimbell, da Universidade
de Londres, sobre este tópico receberam fama a nível internacional. E “os homens
tornaram-se os novos “patinhos feios” da Universidade na Austrália”, de acordo
com o artigo, “Homens: as louras dos anos noventa” (Men: the blondes of the
nineties, NZ Education Review, November 4, 1998).
Fergusson
e Horwood (1997) descobriu que, em todas as comparações educacionais, os rapazes
dos 8 aos 18 anos são piores que as raparigas. Os seus dados são compatíveis
com a conclusão de que a tendenciosidade dos professores contra os rapazes é
parcialmente culpada, apesar dos autores não estarem inclinados a concordarem
com esta interpretação. Mas o director da Escola Secundária de Motueka notou
que muitos rapazes dizem que “os professores favorecem mais as raparigas do
que os rapazes” (The New Zeland Gazette of 14 June 1999, page 4). Quando as
raparigas dizem este tipo de coisas, as feministas erguem-se a apoiá-las, mas
como são rapazes o Director não os tomou a sério. Penso que se deve colocar
estes rapazes no mundo a que têm direito. Acima de tudo, eles são os consumidores
de um processo educacional e os seus sentimentos e opiniões merecem ser tomados
a sério. Se não o forem, então isto é em si próprio uma indicação de tendenciosidade
contra os rapazes.
Na
minha experiência como professor na Nova Zelândia, a tendenciosidade anti-masculina
está tão entranhada entre os meus colegas que eles são incapazes de reconhecê-la
quando a vêem. Num dos departamentos em que ensinei, uma professora tinha uma
placa na sua secretária que dizia “Os homens não sabem fazer nada”. Eu reclamei
ao chefe do departamento, que fez com que a professora o removesse. Sem dúvida,
a professora fazia disto uma piada, mas onde é que num país ocidental um professor
masculino pode ter uma placa na sua secretária a dizer “As mulheres não sabem
fazer nada”, com o pretexto de que é uma piada? Uma colega de idade (e feminista)
reparou uma vez que uma proporção de 6 mulheres e 2 homens numa reunião do comité
era “uma excelente proporção”, e o moderador masculino da reunião da união regional
de professores disse que os homens eram “demasiado estúpidos para lidarem com
fechaduras de código”, nas portas dos sanitários. Nem ele nem ninguém sorriu.
Quando eu mais tarde levantei o assunto numa reunião executiva dos professores
do meu grupo, a maioria dos homens riu! No que toca a professores esquerdistas,
a discriminação sexual de homens e rapazes está correcta. Apenas o sexismo contra
as mulheres está incorrecta.
Se
eu não tivesse mencionado estes assuntos a outras pessoas, ninguém tinha dado
por nada. As pessoas são tipicamente misandristas (que odeiam homens) no seu
dia-a-dia. Possivelmente, isto é a razão porque Sue Wood do programa Holmes
TV teve que se dirigir ao Director de uma escola privada carismática para
encontrar alguém que fosse capaz de falar em defesa dos rapazes (29 de Julho
de 1999).
Uma
outra razão para isto pode bem ser que os currículos, métodos de ensino e de
avaliação são sistematicamente alterados para favorecer as raparigas em relação
aos rapazes. Se isto é o resultado de uma conspiração deliberada ou um resultado
acidental de uma feminização geral dos sistemas de educação em vários países,
é difícil de dizer.
Por
exemplo, os rapazes parecem motivar-se mais com a competição do que as raparigas,
mas a competição é politicamente incorrecta e os professores desencorajam-na.
A avaliação contínua tende, a substituir os exames em alguns países. Isto impede
o anonimato dos exames escritos e permite a tendência anti-rapaz dos professores.
Outro factor é a interdição de castigos corporais, que tem um efeito salutar
no comportamento e atitudes de alguns rapazes (na minha experiência de professor).
Muitos políticos na Nova Zelândia acreditam que a sua remoção do sistema de
ensino é a principal razão do número de suspensões nos rapazes. Cerca de três
quartos das suspensões são de rapazes (New Zeland Education Gazette,
june 14, 1999, page 5). Algumas áreas específicas também podem ser sujeitas
à mesma tendência, de acordo com o artigo de Robert Pool, “How speech is
built from memories” (New Scientist, April 5, 1977).
Os
neurocientistas nos EUA ... sugerem que as mulheres retém mais palavras em memória
que os homens ... os homens são mais propensos que as mulheres a terem dificuldades
com os verbos regulares após doenças que prejudiquem a memória. Mas ambos têm
problemas na formação do pretérito imperfeito de certas palavras. Isto sugere
... que as mulheres armazenam mais palavras na memória que os homens, ultrapassando
o seu desempenho apenas quando confrontadas com palavras pouco familiares.
Isto sugere
que dar ênfase às regras gramaticais favorece os rapazes, enquanto que retirando-lhe
importância favorece as raparigas. A tendência no ensino das línguas nos últimos
anos tem sido no sentido de desvalorizar as regras gramaticais. O ensino das
línguas tem sido dominado pelas mulheres que descuidaram as velhas regras gramaticais
por serem demasiado académicas e elitistas, especialmente em países como a Nova
Zelândia, onde as línguas não são obrigatórias nos currículos. Para tornar esta
matéria opcional atractiva aos estudantes, os professores tendem a aparentá-la
mais simples.
Conclusão
As escolas não são um lugar para descobrir e remediar classes de vítimas,
mas para formar turmas de estudantes. Devemos fazê-lo de modo tão efectivo quanto
possível com respeito por todos e sem tendenciosidades. Apesar dos grandes esforços
dos grupas feministas para fazer das raparigas uma classe especial de vítimas
e dar-lhes prioridade, devemos com razão e bom senso retirar a coroa de vítimas
às raparigas e substituí-la em termos apropriados, de modo a que um dia os rapazes
sejam também reconhecidos como pessoas. Uma vez que isto seja atingido, quanto
tempo será necessário até que a sociedade compreenda que os homens também são
pessoas, e pessoas com direitos?